"Antes de cada poema, um vazio em mim.
Antes de cada vazio, um mundo inteiro lá fora."
                                                                                  - Wally Wild
"O Grau de importância daquilo que importa, está na ordem em que você as pensa quando acorda."
                                                                                             - Wally Wild
"Tenho medo de retrovisor, porque é passado.
Assuntos que ficaram pra trás e nem foram notados."
                                                                                        - Wally Wild
" Felicidade é sentir-se importante para alguém que importa."
                                                                           - Wally Wild

Sangue Amargo




Me pergunto várias vezes durante minha longa existência, como podem os humanos abrirem seus olhos pela manhã, e os fecharem no cair da noite, de forma vil e serena, após viverem um longo dia como "monstros" que são (até mesmo para mim). 
Talvez pelo curto período em que passam por essa vida, eles chegam em suas velhices sem saber ao certo o que são seus sentimentos, ou pra que servem.
Você deve estar se perguntando como eu, criatura noturna que sou, que já não sou capaz de me lembrar do último nascer do Sol que assisti. Como eu, criatura das trevas que sou, posso saber tanto, e tão negativamente a respeito da espécie da qual a muito pertenci... Simples. Não há tanto assim para se ver. Estão sempre fazendo as mesmas coisas lá fora. Matando uns aos outros, mesmo sem a necessidade de sangue para existir. Passando uns por cima dos outros, mesmo sem saber o que fazer com o sucesso que querem adquirir. Admirando sempre o próprio umbigo, e sempre permitindo que seus irmãos caiam em dor, pelos atos inconsequentes que cometem.
Mesmo tendo dois olhos para admirar a Lua e o Sol. E mesmo tendo um excelente sistema nervoso, que os permite simplesmente sentir.
Se você fizer uma pequena pausa, e consultar calmamente seu intelecto. Você também vai se perguntar, como um vampiro, criaturas frágeis que somos... Sim! Porque como você deve saber, nós possuímos sim, uma série de vantagens sobre vocês humanos. Mas por outro lado, coisas simples de seu pacato dia-a-dia, podem tranquilamente findar assim nossa existência.
Então obviamente você se pergunta: Como sobrevivem por séculos, ou até milênios, essas amaldiçoadas criaturas da noite? E eu lhes digo uma vez mais: Simples!
Nós aprendemos com facilidade, exceto nos momentos de fome, que era melhor manter nossa gélida boca fechada. Aprendemos a carregar nossas máscaras, e a nunca, nunca mesmo, confiar em vocês.
Por noites e noites, cansado da solidão de meus livros, eu andei entre seu povo. E principalmente pelos bares, aonde homens abaixam seus escudos. Eu ouvi horas e horas, sem ter de dizer uma palavra sobre mim, tudo o que pode haver sobre vocês!
E é assim, confiando apenas em mim, que todas as noites olho pela janela, ou até mesmo na TV, vocês buscarem o seu fim. Sem nada entenderem, sem nada conhecerem, apenas existindo por aí...
Como obras de um Deus sem planos.

                                                 -Wally Wild


Devaneios tolos numa embarcação



A muito tempo as coisas têm mudado
E a muito tempo as coisas tem sido estranhas
Continuo aqui, mas já não sou o mesmo
E não me lembro por quanto tempo já fui eu mesmo
De noite tudo faz sentido
No silêncio ouço seus gritos
Quem esteve certo ou quem errou
Ou se fez algum sentido?
Ou se vai sair de mim?
E não deu pra comprar o computador
Já que não posso provar de onde sou
Já que não restou lugar algum
Me sinto péssimo quando o sentimento vem
E dá vontade de deixar arder
Não quero jogar minha vida inteira fora
E por outro lado não quero mais viver
Quando te abraçarem
Vou lembrar do que perdi
E mesmo que me abracem
Vão saber que já não sou feliz.
                              -Wally Wild